quinta-feira, 16 de abril de 2009

Um testemunho encorajador




O relato de um drama pessoal que se transformou num exemplo de fé e confiança...

"Por muitos anos, via os deficientes físicos como pessoas à parte, com quem não tínhamos nenhum tipo de vínculo. Cadeira de rodas era algo que, em minha cabeça, nunca entraria em nossa casa…
Num dia de verão, em 1967, eu e minha irmã Kathy resolvemos ir à praia e nadar, para aliviar um pouco o intenso calor que fazia. A água estava escura e com um tipo de lodo. Sem ao menos olhar a profundidade do local subi a uma balsa que estava ancorada, posicionei meus pés bem na borda, respirei fundo e mergulhei! Minha cabeça bateu com toda força nalguma coisa muito dura, talvez numa pedra, e ouvi um grande estalo. Senti um estranho choque bem atrás do meu pescoço. Eu estava imersa na água e completamente atordoada.
Meu corpo foi flutuando, deslocando-se aleatoriamente sem que eu pudesse comandá-lo. Eu não conseguia chegar à superfície. Meus pulmões gritavam por ar, mas cada vez que eu abria a boca só conseguia “respirar” água.
Então, alguém me pegou e empurrou-me em direcção à luz e ao ar puro. Era minha irmã. Só me lembro dos meus olhos terem encontrado os dela, após ambas olharmos para meus braços, que pendiam inertes e boiavam. Eu só consegui dizer:
- Kathy, eu não estou a sentir o meu corpo!
Nessa hora, um nadador-salvador veio em nosso socorro, colocou-me numa bóia e retirou-me da água. Uma ambulância já tinha sido chamada e chegou logo em seguida.
Dentro de uma hora eu já estava num hospital. A minha cabeça pendia ao longo do corpo. Aos poucos fui perdendo a minha consciência.
Por vários meses fiquei deitada num tipo de prancha com uma lona ao redor. Ali iam revezando-me: eu ficava horas virada para cima, e em seguida para baixo, para evitar as escaras. Porém, infelizmente, não adiantou muito porque depois de alguns meses eu tinha emagrecido tanto, que meus ossos literalmente começaram a perfurar minha pele. Decorrente disso sofri outras cirurgias e fui obrigada a ficar mais tempo na prancha giratória.
Com tudo isto, uma grande depressão instalou-se em minha vida. O tempo todo eu questionava: “Deus, como Tu permitiste que uma coisa destas acontecesse comigo? Eu já te conhecia como meu Salvador. E, se essa é a tua forma de responder às orações que fiz, pedindo para me aproximar de ti, nunca mais vou orar!”
E o tempo foi passando. Pouco a pouco comecei a notar diferenças em minhas reacções. Minha raiva começou a diminuir. Minha depressão foi indo embora. Deus revelou-se a mim de uma forma muito especial e foi tornando-me mais resistente.
Minha atitude, perante a terapia ocupacional tornou-se mais positiva. Semanas antes eu tinha recusado terminantemente aprender a escrever com um lápis preso em meus dentes. Porém, minha reacção mudou depois que conheci Tom, um quadraplégico, mais paralisado do que eu. Ele era uma pessoa muito animada e alegremente permitia que o terapeuta colocasse o lápis em sua boca. Senti, então, vergonha de minha rabugice e reclamação.
Deus usou as orações de meus amigos e o exemplo de Tom para me mostrar a eterna verdade de Romanos 8.28: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito". Fui aos poucos percebendo, que o conceito de bem que Deus tinha para mim não incluía ficar em pé. As coisas que cooperavam para o meu bem, diziam mais respeito a uma atitude de apreciação às pequenas coisas, como uma profunda gratidão pelas amizades e um carácter que reflectisse paciência, persistência e alegria não dependentes das circunstâncias.
Hoje, mais de 30 anos depois que tudo aconteceu continuo com a mesma visão. Não vou dizer que tem sido fácil. Cada dia, porém, continuo a desfrutar do poder e da força derramadas diariamente por meu Deus. Além disso, ele sabe exactamente como eu me sinto. Ele sofreu muito mais do que eu! Jesus transformou sua cruz em um símbolo de esperança e liberdade. Por que, então, eu não poderia fazer a mesma coisa? Minha cadeira de rodas é a prisão que Deus tem usado para libertar meu espírito."

Joni é escritora e compositora, tem 54 anos e é casada. Fundou a associação Joni and Friends, com o objectivo de ajudar as pessoas portadoras de necessidades especiais e oferecer treinamento a igrejas que possuem ministérios com elas.


São histórias como estas, de confiança em Deus de forma incondicional, que nos fazem sentir um pouco de envergonhados!!! Como somos capazes de reclamar tanto com Deus pelo que Ele nos dá ou com o que Ele não nos dá?!! Se tudo o que temos é dele, Ele tem todo o direito de nos tomar de volta...

Será que o Deus que "interrompeu" a nossa vida nos tempos mais difíceis, não pode também "interromper" a nossa vida nos melhores tempos?....

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